A mágica da arrumação - Marie Kondo

17:00

Honestamente, eu me considero uma pessoa organizada e, ao ler A mágica da arrumação, posso afirmar que não encontrei muitas novidades; tudo o que a autora ensina em seu método já é algo que eu faço (do meu jeito, mas faço). Me interesso pelos temas organização, minimalismo e consumo consciente, isso já é um ponto de largada muito interessante e que adianta demais as coisas se o intuito de quem lê é colocar o método KonMari em prática.
Basicamente, ela sugere que mantenhamos em nossa casa só aquilo que nos faz feliz, mas isso se torna muito relativo se levarmos em conta que algumas pessoas nunca estão satisfeitas não importa quantas sessões de compras façam por mês. Enfim, acho que é possível aplicar o método, sim, mas vai depender muito da motivação e do quanto a pessoa é apegada a bens materiais.

Jogando "Marie Kondo" na busca do Youtube, pode-se acessar diversos vídeos sobre o método e dicas de como dobrar roupas, arrumar gavetas etc..

O método que a japonesa Marie Kondo desenvolveu é satisfatoriamente detalhado e não deixa escapar nenhum aspecto. Seria muito maçante eu tentar resumi-lo aqui, então, é preciso ler o livro para conseguir pôr em prática. Em suma, ela afirma que, para a casa se manter sempre arrumada e não ter o "efeito rebote" (que é quando você arruma e depois de algum tempo a bagunça volta) é necessário 1) arrumar tudo de uma vez só. Nada de arrumar um cômodo por vez em dias separados, separe um dia para colocar a casa em ordem e, ao invés de arrumar por cômodos, arrume por categorias (ex.: livros, roupas, papéis etc.) 2) jogar fora tudo que não usamos mais e que não nos faz feliz, assim, teremos a nossa volta somente o essencial e 3) não esconder a bagunça ou desfazer-se dela empurrando para outra pessoa. Essa parte, confesso, me deixou um pouco embaraçada, pois é um costume que tenho. Às vezes, despacho algumas coisas que não quero mais para a casa da minha mãe e não farei mais isso.

"Aprendi que despachar objetos para outro lugar é como empurrar a sujeira para debaixo do tapete."

Apesar de ser um método muito eficaz, dado o número de pessoas que o utilizaram com sucesso, o livro tem algumas ressalvas. Por exemplo, ela sugere que joguemos fora os presentes que ganhamos e não gostamos ou os cartões, cartas que temos em casa. O argumento dela é que a função desses objetos é somente ser recebido e causar alegria, concordo com essa parte. Porém, é impossível não pensar no que a pessoa que deu o presente vai pensar. 

Apesar disso, me identifiquei muito com vários ensinamentos da Marie, por exemplo, o de que, ao mantermos somente o necessário, levamos uma vida mais leve e, também, o de que a organização da casa reflete na organização "interior". Por exemplo, eu sou uma pessoa muito suscetível ao meio em que estou, se minha casa está bagunçada ou o ambiente está barulhento (sabe quando seu vizinho ouve música 24h por dia?), não consigo me organizar para cumprir minhas tarefas ou até mesmo, se torna impossível estudar ou ler. E isso é um dos benefícios de por em prática este método: traz uma leveza e uma sensação de que fizemos uma limpeza não só na casa, como na mente. E algo que também é muito interessante nesse livro/método são os argumentos que a autora usa, sempre muito convincentes e me fazendo lembrar de situações pelas quais eu já passei (tipo quando eu tinha uma coleção de sacolas de papel que eu não jogava fora porque achava que usaria, mas que, depois que eu joguei fora, percebi que não me faziam a menor falta), entre outros.

E é claro que em algum momento eu esperava que Marie falasse sobre o acúmulo de livros, e eu esperava seriamente discordar dela. O que me surpreendeu foi que concordei em gênero e grau com a solução dela para decidir quais livros manter e quais me desfazer:

"[...] segure cada livro e sinta se ele o inspira ou não. Mantenha aqueles que lhe deixam feliz apenas por estarem ali, aqueles que você adora de verdade."

Os livros são memórias também, não é mesmo? Nada mais justo do que manter aqueles que nos despertam memórias boas. Depois desses ensinamentos em relação aos livros, o resultado foi que eu comecei a utilizar o sistema de trocas do Skoob com bastante frequência e, assim, me desfiz de alguns livros que não me faziam tão feliz assim. Aliás, se você também é um usuário Plus e quiser dar uma olhada nos meus livros disponíveis para troca é só clicar aqui.

"[...] o método KonMari não é uma mera enumeração de regras sobre como separar, arrumar e descartar objetos. Trata-se de um guia que ensina as pessoas a se tornarem mais organizadas."

Por fim, acho válido comentar essa última citação, ela explica bem o que o leitor vai encontrar durante a leitura: um diálogo entre a autora e o leitor que faz com que avaliemos nosso comportamento, também, afinal, a casa e nossos pertences, de um modo ou de outro, refletem como somos.

Beijinhos, Hel.

KONDO, Marie. A mágica da arrumação. Tradução do inglês de Marcia Oliveira. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.

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6 comentários

  1. Oi, Hel!
    Nunca tinha ouvido alguém falar desse livro antes. Adorei! Também acho que nunca li nada que envolva organização.
    Me considero organizada, mas algumas vezes tudo se acumula, é estranho. Fiquei com vontade de ler o livro.
    Ah! Muito bacana isso que ela falou sobre livros, é mais ou menos o que eu faço. Antigamente eu pensava que nunca conseguiria me desfazer, mas notei que não havia razão em mantê-los estocados sem uso.
    Beijos

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    1. Oi, Thami!
      Acho que por ser um livro de autoajuda as pessoas têm um pouco de preconceito, eu mesma não costumo ler esse gênero. Mas a verdade é que me envolvi bastante nessa leitura.

      Desfazer-se de livros é um processo bem doloroso, não é mesmo? Eu também demorei muito pra começar a desapegar dos meus, mesmo eu sabendo que eu não curtia aquele determinado livro. Ainda bem que deixei esse conceito pra trás.

      Abraço,

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  2. Olá!!
    O livro que fez o tema organização virar, digamos que, modinha. Não li o livro todo (tenho certo pré-conceito com livros de auto-ajuda), mas já me inspirei em algumas coisas, principalmente relacionado a roupas. O pré-conceito que tenho com ela é justamente por pra mim ela é meio doente, sendo que é obcecada por organização (e na minha opinião, obsessão não é bom em nenhum sentido).
    Enfim, não me considero tão organizada assim, e sei que tenho muito a melhorar e sei que tudo vai depender de mim.
    Pela sua resenha, deu para ter um outro ângulo sobre o livro.

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    1. Oi, Natália!
      Eu também notei que ela é meio obcecada com o assunto, não sei se é porque ela transformou na profissão dela, mas pelo visto ela é assim desde criança.
      Como eu disse, dá pra aproveitar muita coisa que ela diz e faz muito sentido, mas também concordo que não dá pra ser tão neurótica com organização, nem todo mundo se incomoda com bagunça.

      Abraço.

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  3. Oiee Hell!
    Nossa, super estava esperando essa resenha! ♥
    Eu sou beeem desorganizada, quer dizer... Eu tento me organizar, mas depois vem o acúmulo e o fato é que se faço a organização em dias picados COM CERTEZA vou desistir de arrumar!

    Eu ainda não li esse livro, mas já vi várias reportagens com a Marie e conheço relativamente bem o método dela. Acho válido e tenho aplicado isso de "guardar o que ~realmente~ me mais feliz".
    Quanto aos livros... É algo complicado, sou bem apegada a eles. Bem mais do que a qualquer outro objeto. Mas resolvi desapegar aos poucos e também pelo Skoob Plus, aliás vou ver sua lista e ver os que tenho pra despachar rsrs Todo livro "mais ou menos" vai ir pra troca! :p
    Ainda falando em desapegos, essa semana aconteceu algo inusitado, uma moça entrou em contato pelo Insta do blog querendo comprar o livro Suicidas, do Raphael Montes, resenhei não tem nem duas semanas... Ele está esgotado e a moça precisava para um trabalho na facul de Psicologia. Quase neguei, mas pus a mão na consciência rsrs Fiquei com dó.. É um livro que quero muito o autógrafo pq curti demais a leitura... Mas agora ela precisa muuiiitoo mais que eu. Vendi a um preço módico e enviei a ela. Tô engatinhando nesse negócio de desapego, mas tô indo! E tomara q ela tire nota boa! rsrs

    Por fim, quero muito lê-lo, parece ser bastante fluído, né?

    Adorei a resenha!!

    Bjs :*


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    1. Oi, Dê!
      Que linda sua atitude, com certeza o livro vai ser muito mais útil a ela do que seria parado na sua estante. E você ainda pode comprar quando lançarem uma reimpressão ou segunda edição, não é?
      Acho que vc gostaria de ler A mágica da arrumação e iria aprender muitas coisa sobre desapego, assim como eu aprendi.

      Se querer alguma coisa do plus, só me chamar! :)

      Bjs!

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